Categorias

Introdução

Os tapetes orientais podem ser divididos em quatro grandes categorias que se relacionam com suas características gerais e aparência, e não por sua procedência ou por quem foram tecidos. São elas: tapetes tribais – tecidos por tribos nômades – levam o nome da aldeia onde foram tecidos ou da maior cidade da região; tapetes de oficina – feitos em oficinas de arte nas pequenas ou grandes cidades e levam o nome da cidade; tapetes mestres – geralmente levam o nome da cidade ou região onde foram tecidos e têm por sobrenome o nome do artista desenhista, muitas vezes levam a assinatura urdida no próprio tapete.

Pessoas que gostam de tapetes tribais tendem a apreciar este estilo como um todo, independentemente de serem do Irã, Turquia ou Afeganistão. Pessoas tendem a decorar suas residências, ou ambiente de trabalho, com móveis de linhas retas, modernos ou, se antigos, móveis rústicos, sem entalhes . Pessoas que, por outro lado, apreciam tapetes mestres, apreciam também ambientes requintados, luxuosos, independentemente de serem modernos ou clássicos.

Tapetes Tribais

Lã sobre lãTapete Gabbeh, região de Zagros - Lã sobre lãTecidos por tribos nômades ou seminômades- (seminômades passam parte do ano em aldeias ou acampamentos). Tradicionalmente vivem da criação de ovelhas e da lavoura. A cultura e o estilo de vida deste povo têm se mantido os mesmos por séculos, e os tapetes feitos por eles mantém-se fieis aos métodos e desenhos de seus ancestrais. Na cultura nômade a arte de tecer é reservada às mulheres e é um dos fatores determinantes de sua feminilidade. Através do tapete ela mostra seus dons artísticos, religiosos, conta sua história e a cultura de sua tribo. Em muitas tribos, o trabalho “solo” de uma jovem teceloa mostra que ela está pronta a assumir seu papel de mulher, casar-se e ter filhos.

Tecer também, faz-se necessário à tribo devido ao seu estilo de vida. A tapeçaria proporciona forração ao chão de suas tendas, cortinas, almofadas, sacolas, etc. Os hábitos e costumes das tribos fazem com que teçam tapetes bastante peculiares quanto aos estilos, tamanhos, cores e materiais empregados. Pastores em sua maioria, seus tapetes são tecidos de lã sobre lã por ser este o material mais disponível. As cores são de pigmentos encontrados na natureza... É raro uma tribo passar mais que alguns meses num mesmo lugar; consequentemente, qualquer tapete inacabado na hora da mudança deve ser amarrado fortemente ao tear e transportado ao próximo acampamento. Por serem necessários grandes teares para tecer grandes tapetes, a maioria dos tapetes tribais é de pequeno ou médio porte. Teceloas autenticamente nômades estão hoje em dia confinadas no Irã, Afeganistão e Turquia. Porém, este grupo vem inspirando artesãos de oficinas, e também artesãos de outras regiões, particularmente dos países do sul da Rússia.

Desenhos nômades são geralmente feitos de memória se caracterizam pela sua simplicidade de cores, motivos e formas geométricas. As linhas curvas são raras, pois é necessário nó miúdo para se obter o efeito arredondado. Os tapetes tribais têm os nós mais espaçados uns dos outros. Talvez a característica mais forte seja a frequente presença de elementos místicos e símbolos que acreditam resguardá-los do mau-olhado; muitas vezes este símbolo – que geralmente derivam de plantas ou animais são específicos de cada tribo e funcionam como insígnia ou talismã, que os protegem e dão força à tribo. Quando falamos de tapetes tribais não podemos deixar de citar o Gabbeh, que apesar de ser também tecido em oficinas em algumas regiões, são classificados como “tapetes tribais” devido à simplicidade de SUS desenhos. O Gabbeh é um tapete “feito por crianças, para crianças”. São muito macios devido à sua pelagem muito alta, consequentemente pesados, e seus desenhos são infantis. Trata-se de um tapete sem medalhão central. Possui campo livre e suas bordas (nem sempre presentes) não são trabalhadas. Igualmente ao campo, são monocromáticas. O campo apresenta, em sua grande maioria, a presença de “abraches”.

Os desenhos espalhados por sobre o campo representam elementos do cotidiano, como figuras humanas e animais, que contam a história de quem as teceu. Quando você se deparar com um tapete feito por nômades não se preocupe muito com sua perfeição técnica, variação na tonalidade das cores, chamadas de “abraches”, ou falta de simetria na sua composição como um todo. Discordância na forma e motivos individuais são comuns e geralmente ajudam a dar ao tapete em charme especial. Nem tampouco espere encontrar a mesma perfeição de nós que você encontraria em um item de oficina. A maioria é tecida em lã sobre lã, que é o material mais disponível que possuem, e este material não é dos mais estáveis. Consequentemente tendem a ser mais maleáveis em sua forma, apesar de serem bem amarrados. Essa maleabilidade pode ser contornada através de um manuseio cuidadoso e os conhecedores do assunto acreditam que uma leve assimetria estrutural caracteriza mais acentuadamente sua origem. Isto quer dizer que, se você se decidir por tapete tribal, você estará se decidindo por tapete de porte pequeno, cores fortes – vinho, vermelho-escuro, preto – de desenhos geométricos. As tintas com as quais tingem a lã são obtidas da natureza: casca de árvores, castanhas, vegetais, animais e até insetos. Através da tinta vegetal, como é chamado este tipo de tintura, obtém-se tons mais próximos aos da natureza.