Período pré-islâmico
Em uma única escavação arqueológica, em 1949, o excepcional tapete Pazyryk foi descoberto entre o gelo do vale Pazyryk, nas Montanhas Altai, na Sibéria. O tapete foi encontrado no túmulo de um príncipe cita. Testes com carbono-14 indicaram que o tapete Pazyryk foi tecido no século V a.C..Este tapete tem 2,83 por 2,00 metros e tem 36 nós simétricos por cm². A avançada técnica de tecelagem usada no tapete Pazyryk indica uma longa história de evolução e de experiências nesta arte. O tapete Pazyryk é considerado como o mais antigo tapete do mundo. Sua área central é de cor vermelho escuro e tem duas grandes bordas, uma representando um veado e a outra um cavaleiro persa.
No entanto, acredita-se que o tapete de Pazyryk provavelmente não seja um produto nômade, mas sim um produto de um centro de produção de tapetes aquemênidas. Registros históricos mostram que a corte aquêmida de Ciro, o Grande em Pasárgada era decorada com magníficos tapetes. Isto foi há mais de 2500 anos atrás. É dito que Alexandre II da Macedônia ficou deslumbrado com os tapetes que viu na área do túmulo de Ciro, o Grande em Pasárgada.
Até o século VI, os tapetes persas de lã ou de seda eram muito apreciados pelos nobres da corte em toda a região. O tapete Bahârestân (em persa: فرش بهارستان, significando o tapete da primavera) foi encomendado pelo xá sassânida Khosrow Anūšakrūwān para a sala principal de audiências do Palácio Imperial da dinastia sassânida em Ctesifonte, na província de Khvârvarân (atual Iraque). Media 140 metros (450 pés) de comprimento por 27 metros (90 pés) de largura, e seus desenhos representavam um jardim. Em 637, quando a capital iraniana Tyspawn foi ocupada, o tapete Baharestan foi levado pelos árabes, cortado em pedaços menores, e dividido entre os soldados vencedores como espólio.
Segundo os historiadores, o famoso trono Tāqdis era também coberto com 30 tapetes Baharestan especiais representando os 30 dias do mês e quatro outros tapetes representando as quatro estações do ano.
Período Islâmico
No século VIII a província do Azerbaijão esteve entre os maiores centros de tecelagem de tapetes e carpetes (zilu) do Irã. A província de Mazandaran, além de pagar impostos, enviou todos os anos 600 tapetes para as cortes dos califas em Bagdá. Naquele tempo, os principais itens exportados dessa região eram tapetes e carpetes para serem usados durante as orações. Além disso, os tapetes de Khorassan, Sistan e Bucara, devido a seus desenhos e motivos tinham grande aceitação entre os compradores.
Durante os governos das dinastias seljúcida e ilkhanato, a tecelagem de tapetes era ainda um negócio florescente tanto que o chão de uma mesquita construída por Ghazan Khan, em Tabriz, região noroeste do Irã, era coberto com magníficos tapetes persas. Ovelhas eram criadas especialmente para a produção da fina lã usada para tecer os tapetes. Os desenhos dos tapetes ilustrados nas iluminuras pertencentes à era Timúrida dão prova do desenvolvimento desta indústria, nesse momento. Existe também outra pintura em iluminura daquele tempo, que retrata o processo de tecer tapetes. Durante esse período foram criados os centros de tingimento próximos às áreas de tecelagem. A indústria começou a prosperar até o Irã ser atacado pelos exércitos mongóis. O tapete persa mais antigo deste período, que chegou até os nossos dias, é um exemplar da era Safávida (1501-1736), tapete este conhecido como Ardabil, atualmente no Museu Vitória e Alberto, em Londres. Este tapete muito famoso tem sido objeto de intermináveis cópias variando de tamanho desde os bem pequenos indo até os de escalas maiores. Existe um 'Ardabil' na 10 Downing Street, Londres e até mesmo Adolf Hitler possuía um 'Ardabil' em seu escritório em Berlim.
Georg Gisze, um comerciante alemão em Londres, 1532, Berlim, por Hans Holbein, o Jovem. Os tapetes tecidos em 1539-40 trazem a data da confecção. A base é de seda e a composição da superfície de lã com uma densidade de nós de 300-350 nós por polegada quadrada (470-540.000 nós por metro quadrado). O tamanho dos tapetes é de 10,5 x 5,3 metros. Existe muita variedade entre os tapetes persas clássicos dos séculos XVI e XVII. Há numerosas sub-regiões que contribuem para as concepções distintas dos tapetes persas deste período, tais como Tabriz e Kerman. Os motivos mais comuns incluem os ramos de videira, arabescos, folhas de palmeiras, conjunto de nuvens, medalhões, e a sobreposição de padrões geométricos em vez de figuras humanas ou de animais. Desenhos de figuras são particularmente populares no mercado iraniano e não são tão comuns em tapetes exportados para o Ocidente.
Chegada na Europa
Georg Gisze, um comerciante alemão em Londres, 1532, Berlim, por Hans Holbein, o Jovem.Georg Gisze, um comerciante alemão em Londres, 1532, Berlim, por Hans Holbein, o Jovem.Segundo Kurt Erdmann, os tapetes do Oriente não chegaram na Europa antes do século XIII. De fato, nas pinturas de Giotto di Bondone (1266-1337) aparecem tapetes presumivelmente de origem persa; provavelmente foi o primeiro a representá-los, seguido de Jan van Eyck (c. 1390 - 1441), Andrea Mantegna (1435-1506), Anthony van Dyck (1599-1641) e Peter Paul Rubens (1577-1640). Os tapetes adquiridos pelos europeus eram muito valiosos para serem estendidos no chão, tal como era costume no Oriente. Os termos usados nos inventários venezianos mostram que os tapetes eram colocados sobre as mesas (tapedi da desco, tapedi da tavola) ou cobrindo arcas que serviam de assento (tapedi da cassa). As pinturas européias confirmam estes usos.