Motivos
Os motivos do campo são um desenho repetido até ocupar toda a superfície do campo. Os mais conhecidos são os seguintes:
O Boteh: desenho em forma de amêndoa ou, para alguns, de cipreste. É o mais conhecido dos motivos empregados na Pérsia.
O Gol: palabra persa que significa 'flor'. É de forma octogonal.
O Hérati: motivo composto de uma rosácea central no interior de um losango. Os vértices do losango são completados com rosáceas menores.
O Joshagan: formado por uma sucessão de losangos ornamentados com flores estilizadas.
O Kharshiang: caranguejo em persa. Motivo inventado no reinado do xá Abbas.
O Minah Khani: motivo que evoca um campo de flores. É constituído de quatro flores dispostas de maneira a formar um losango e de uma flor menor no centro.
O Zil-e Sultan: formado por dois vasos sobrepostos ornamentados com rosas e ramos floridos. Às vezes, há pássaros pousados nos vasos. Sua origem é relativamente recente (século XIX).
O Chah Abbasi: sob este nome agrupa-se toda uma série de desenhos inventados durante o reinado do xá Abbas. Trata-se de ornamentos a base de flores, inspiradas na flor-de-lis.
Os motivos da borda são os que adornam as laterais do tapete. Os mais conhecidos são os seguintes:
O Hérati da borda: são diferentes dos hérati de campo. São compostos de uma alternância de rosetas e de flores, e de ramos floridos.
O Boteh da borda: semelhante ao boteh de campo.
O Borda cúfico: leva este nome devido a sua semelhança com o estilo de escrita de mesmo nome. Sempre são de cor branca.
O Borda de folhas dentadas: formado por uma sucessão de folhas dentadas, dispostas em viés.
Os motivos de ornamentação são desenhos destinados a completar a ornamentação do campo e a borda. Encontramos os motivos seguintes:
As inscrições e as datas aparecem nas bordas de certos tapetes e são inscrições diversas: versículos do Alcorão, versos, dedicatórias, datas de fabricação, menção do lugar de produção, etc.
Símbolos e significado
O tapete sempre cumpriu no Oriente uma dupla função, prática e simbólica, cujo sentido na atualidade se perde às vezes. Constitui um espaço mágico onde as bordas representam os elementos terrestres erguidos na defesa do campo, habitado pela esfera do universo e do divino.
Um dos ornamentos mais comuns é a árvore, árvore da vida, que representa a fertilidade, a continuidade, e serve de ligação entre o subsolo, a terra e o divino. Este motivo totalmente pré-islâmico é representado, muitas vezes, nos tapetes de oração persas.
As nuvens, que sob uma forma muito estilizada podem converter-se em trevos, simbolizam a comunicação com o divino e a proteção divina. O medalhão central representa o sol, o divino, o sobrenatural. Em alguns tapetes, os cantos repetem os motivos do medalhão central; estes quatro elementos passam a ter então o significado de portas de aproximação e de proteção do centro divino.
O jardim, associado ao paraíso (a palavra deriva do persa antigo pairideieza que significa 'jardim', 'cercado', que originou pardis em persa) dá lugar a um tipo de composição que aparece a partir do século XVII na Pérsia que imita os jardins dos xás, divididos em partes retangulares ou quadradas por alamedas e canais de irrigação (chahar bagh).
Também podem ser encontrados tapetes de tema cinegético: a caça é uma atividade apreciada pelos xás, que requer destreza, força e conhecimento da natureza. Este tema também está associado ao paraíso e às atividades espirituais, uma vez que a caça se desenvolve muitas vezes em uma natureza que pode evocar os jardins do paraíso. O tapete de Mantes, datado da segunda metade do século XVI e conservado no museu do Louvre é um bom exemplo.
Fonte: Wikipédia